Evento reuniu representantes de 17 estados brasileiros em Brasília para reestruturar diretrizes e discutir estratégias de mobilização pelo desenvolvimento sustentável do Brasil
Voluntários de instituições públicas, privadas e do terceiro setor empenhados em levar mais qualidade de vida a brasileiros de todos os estados (Foto: Marcos Sousa/FAC/D.A Press)
Texto: Camila de Magalhães
Pesquisa recente do Ibope revelou que 49% da população brasileira que nunca ouviu falar sobre objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS). E 38% que já ouviram falar, mas não têm conhecimento sobre o assunto. A fim de mudar esse cenário, na última quinta e sexta-feira (10 e 11/8), representantes de 17 estados brasileiros se reuniram em Brasília no 5º Encontro do Movimento Nacional ODS Nós Podemos. Profissionais de diversas áreas fizeram uma reflexão estratégica sobre como articular e sensibilizar os três setores da sociedade sobre essa causa global. O evento foi realizado pela Fundação Assis Chateaubriand, membro do movimento, na sede dos Diários Associados-DF.
O 5º Encontro serviu ainda para reestruturar o processo de governança do MNODS Nós Podemos e eleger o novo colegiado nacional. Também houve uma mostra de projetos e apresentações sobre responsabilidade social, resíduo zero e múltiplas inteligências.
Apartidário e formado por 866 instituições voluntárias dos setores público, privado e organizações da sociedade civil, o Movimento Nacional ODS Nós Podemos tem como principal característica a articulação dos três setores da sociedade, passando pela sensibilização e conscientização de todos os atores-chave, para que percebam o papel de cada um nesse processo pelo desenvolvimento sustentável brasileiro.
Um dos principais desafios atualmente é apresentar a novos públicos o que são os ODS, encontrando uma maneira de engajar mais pessoas. A ideia é alavancar a Agenda 2030 em todos os estados, para que o Brasil possa alcançar as metas. “Isso só será possível se houver a união do governo com a sociedade civil e empresas, porque cada um isolado não vai conseguir fazer. Essa é a grande razão de ser nosso movimento: melhorar a qualidade de vida, principalmente dos mais vulneráveis, dos que mais precisam. É um movimento de voluntários, por isso acredito que tenha mais valor ainda. A gente quer fazer com que realmente a qualidade de vida possa chegar para todos, para que não fique ninguém para trás. Somos formiguinhas que vão chamando outras formiguinhas, vamos nos juntando e, de repente, multidões estão trabalhando em prol da qualidade de vida para todos”, destacou Eliene Brasileiro, representante do estado do Ceará, reeleita membro do colegiado nacional do Movimento Nacional ODS Nós Podemos.
Desenvolvimento sustentável na prática
Em Brasília, já há diversos trabalhos relacionados aos ODS. Nos 7 Centros Olímpicos e Paralímpicos em que a Fundação Assis Chateaubriand realiza a gestão pedagógica em parceria com a Secretaria de Esporte, Turismo e Lazer do Distrito Federal, já foram desenvolvidas várias ações transversais ao esporte. Entre elas, a construção de hortas, plantio de mudas, receitas com reaproveitamento de alimentos, cuidados com a saúde, estímulo à leitura e prevenção ao uso de drogas são alguns exemplos. Já a União Planetária, instituição âncora do Núcleo Nós Podemos DF, promove diversos seminários de conscientização sobre os ODS.
Para chegar mais longe
A disseminação da Agenda 2030 é um dos maiores desafios hoje não só para o Movimento. De acordo com Didier Trebucq, diretor de país do PNUD, o Brasil se encontra em um processo de internalização dos objetivos de desenvolvimento sustentável e das metas globais, a nível nacional e a nível local, o que chamam de processo de territorialização. “Coletivamente, queremos priorizar nossos esforços e recursos, que são limitados”, observou na abertura do encontro.
A união de esforços é fundamental, na avaliação de Henrique Villa, secretário nacional de Articulação Social da Secretaria de Governo da Presidência da República e secretário executivo da Comissão Nacional para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. “A gente não tem essa cultura no Brasil, de trabalhar de forma associada, integrada, coordenada. As políticas públicas funcionam bem, têm contribuições importantes, mas cada uma na sua caixinha. A agenda 2030 nos obriga a sair do quadrado. Precisamos estar articulados para entregar um conjunto de compromissos assumidos até 2030”, reforçou.
Diretor executivo da Confederação Nacional dos Municípios, Gustavo Cesário ressaltou a vontade do Movimento Nacional ODS Nós Podemos em fazer a diferença no país. “O que mais me impressiona é ver o esforço de cada um dos que vieram aqui, por meio de recursos próprios, sem grande promoção, para demonstrar a prioridade que esse tema ODS está levando a todo Brasil. Aqui nós temos gente de todas as partes juntas numa agenda global.”
Afinal, quais são os 17 objetivos de desenvolvimento sustentável?
Até 2030, 193 países-membros das Nações Unidas têm o compromisso de trabalhar em prol de um plano de ação global que reúne 17 objetivos de desenvolvimento sustentável e 169 metas. Adotada durante a Cúpula de Desenvolvimento Sustentável, em setembro de 2015, a Agenda 2030 visa tornar o mundo mais sustentável e resiliente. Ela é voltada para as pessoas, o planeta e a prosperidade. Os objetivos são integrados e indivisíveis, e mesclam, de forma equilibrada, as três dimensões do desenvolvimentosustentável: a econômica, a social e a ambiental. Saiba mais em www.agenda2030.com.br
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